sexta-feira, 2 de abril de 2010


Tu, gigante crucificado, que compreendes os sonhos da eternidade,
tu és, sobre tua cruz manchada de sangue, mais majestoso e
mais soberbo que mil reis com mil tronos e mil reinos.


Tu és, na tua melancolia, mais alegre que a primavera com suas flores.


Tu és, nas tuas dores, mais sereno que os anjos em seu paraíso.


Tu és na mão dos carrascos, mais livre que a luz do sol.


A coroa de espinhos em tua cabeça mais formosa e mais augusta que a coroa de Buhram
e o prego na palma de tua mão é mais imponente que o cetro de Muchtary.


E as gotas de sangue que correm em teus pés
são mais brilhantes que as jóias de Astarté.


Perdoa, pois, a esses fracos que se lamentam sobre ti,
em vez de se lamentarem sobre si mesmos.


Perdoa-lhes porque não sabem que venceste a morte pela morte,
e deste vida aos que estão nos túmulos.


Khalil Gibran
in Livro Parábolas

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